bizbrain 🧠 #8 | o orkut vai voltar?
O Orkut foi uma das primeiras redes sociais, lá nos anos 2000, e transformou a forma como nos comunicamos e interagimos, mas como isso se conecta com seu negócio?
🧠 elogie meu cérebro
Mais de 300 milhões de usuários e ainda assim, ninguém sentiu falta quando acabou.
O Orkut foi pioneiro, mas não soube evoluir.
E o que isso tem a ver com desejo, branding e posicionamento? Tudo.
🧠 hi!
O que uma rede social que acabou há mais de 10 anos tem a ver com você?
Recebi uma mensagem pedindo pra eu falar sobre a comunicação da Me.Mo, como eu fazia e como tornava ela atraente e incrível. Na mesma semana, enquanto falávamos sobre os desafios de vender pela internet, algumas pessoas pediram pra eu comentar sobre como gerar desejo nos consumidores. Só a minha cabeça pra conectar essas duas coisas com a volta do Orkut, né?
Saiu uma notícia - mais uma, dentre tantas que já saíram nos últimos anos - que o Orkut vai voltar!
Pra quem não sabe (e se você sabe, você acabou de denunciar a sua idade), o Orkut foi uma das primeiras redes sociais, lá nos anos 2000, e transformou a forma como nos comunicamos e interagimos.
O engenheiro turco Orkut Büyükkökten trabalhava no Google e usou um tempo livre para desenvolver uma rede social como um projeto paralelo. Nos anos seguintes, a rede social Orkut foi sucesso principalmente na Índia e no Brasil (quem tava na comunidade “eu odeio acordar cedo”?) acumulando mais de 300 milhões de usuários
Calma que eu vou chegar no meu ponto!
Com a chegada do Facebook e Twitter, 10 anos depois, o Orkut começou a perder força, usuários e, claro, equipe para desenvolver. O Google que, em 2014, já era dona da rede social, resolveu finalizar de vez as operações.
Eu poderia dizer que “pra tristeza dos brasileiros…", mas a real é que ninguém sentiu falta, porque já estava todo mundo jogando Farmville e descobrindo uma nova forma de passar o tempo: na timeline da vida alheia.
A gente poderia somente concluir que essa foi uma escolha estratégica do Google ao escolher descontinuar a plataforma, afinal estavam lançando e investindo mais no Google+, lembra dele? Pois é, nem eu - deveriam ter continuado com o Orkut.
Mas a minha reflexão aqui vai além, é sobre posicionamento.
Estou lendo um livro sobre Product Marketing - pra quem não sabe, estou buscando uma migração de carreira já que minha vida toda foi na Comunicação - e eu vejo muitas similaridades com o posicionamento de Branding e de Product Marketing.
Em determinado momento, a autora fala sobre como o mercado muda e como as pessoas esperam que o seu produto mude e evolua junto.
Em 2006, quando a primeira loja do Starbucks chegou ao Brasil, nós nem imaginávamos que quase 20 anos depois teríamos uma loja com drinks de café em cada esquina - e que não seria da Starbucks. Nem mesmo imaginávamos que o Starbucks ia perder a sua força no país, afinal, o brasileiro sabe tomar café, né?
Hoje, se eu penso em um café especial, drink mesmo, pra tomar no caminho pra algum lugar, eu penso no The Coffee e aí que tá: o produto é o mesmo, né? Café. Então, o que muda?
Já olhou pra uma empresa e pensou “esse produto é igual o produto X, mas com um marketing melhor". Ou ainda “esse produto nem é tudo isso, mas o marketing e a comunicação dele é incrível".
É óbvio que, como já falei algumas vezes aqui, só um produto bom não salva uma marca, nem mesmo um produto bom e um marketing incrível. Tem que ter entrega, atendimento e ser coerente em todos os pontos de contato, mas isso é assunto pra outra edição.
O Orkut tinha nas mãos um dos pilares mais importantes pra inovação: o pioneirismo. E seja por qual motivo for, não quiseram estudar o mercado mais afundo pra descobrir como continuar sendo a principal rede social na vida das pessoas.
Mesmo tendo pioneirismo, sendo “a primeira a fazer XYZ coisa", isso não vai fazer diferença se você não evoluir junto com o seu público.
🧠 me ajuda a te ajudar!
Posicionamento e o poder extraordinário de influenciar
Voltamos a pergunta que me fizeram essa semana: como eu fazia para a comunicação da Me.Mo ser autêntica, incrível e atraente. Como eu gerava desejo nos clientes por meio de produtos que, teoricamente, a Zara Home também tinha.
Posicionamento, nas palavras do pai do marketing, Philip Kotler, é a “ação de projetar o produto e a imagem da organização com o fim de ocupar uma posição diferenciada na escolha de seu público-alvo”.
Pra isso, é preciso:
Conhecer muito bem seu público - e não só achar que conhece
Evoluir junto com ele, seja em pensamento, tecnologia ou conteúdo
Saber exatamente onde a marca quer chegar, como quer ser vista, onde quer se posicionar
Não ter medo de ser diferente (quem não tem hater, não tem lover, já diria Hele Carmona)
Ter identidade visual e verbal MUITO bem alinhadas - como você fala com seu público?
Posicionamento não é algo que se constrói da noite pro dia e mais importante: se você não construir esse posicionamento, o seu público vai te posicionar.
“Ah essa marca é igual aquela outra só que mais barata”
“Eu não entendi direito o que esse produto faz, mas achei caro”
"É aquela marca que sempre tem promoção, né?"
"Já comprei, mas não lembro o nome."
"É aquela marca que vive mudando de vibe, né?"
Se você já ouviu alguma dessas frases, é hora de repensar como está posicionando sua empresa.
🧠 você viu, menina?
A Stella Artois está, cada vez mais, se aproximando de públicos mais premium e nichados.
No último torneio de tênis (yeahh, meu universo paralelo hahaha) de Roland Garros, várias ativações foram oferecidas pela marca com o produto Stella Pure Gold e até o Guga foi convidado para reviver o icônico coração no saibro.
Essa estratégia tem nome: reforço de posicionamento!
Stella Artois quer seguir com seu público nichado e ser reconhecida por uma cerveja premium. Isso a posiciona de uma maneira diferenciada na mente de quem consome e afasta quem vai tomar só aquela cerveja no bar da esquina.
Aqui vemos uma escolha clara de público, mesmo porque, os próprios ingredientes da Pure Gold já são um diferencial - sem glúten e 17% menos calorias.
Apesar disso, o preço continua equivalente à marcas similares como a Heineken light, mas será que isso também vai mudar no futuro?